[Viajante sem pauta #015]Ilustrando o mundo real
Quando a arte de criar sobre imagens nos convida a sonhar
Antes de mais nada, caro leitor, peço licença poética e narrativa para utilizar este espaço não apenas como um canal informativo sobre o podcast, mas também como um lugar para compartilhar livremente meus pensamentos, sem qualquer obrigação moral ou social. Comêssemos pelo prático e logo em seguida exercer meu livre arbítrio.
O último episódio foi ao ar recentemente, falamos sobre um panorama sobre a região da América central. A bancada foi composta por Richard, Natalia e Lari. Um programa necessário visando a construção de futuras pautas para melhor compreensão de quando gravarmos sobre os países. Afinal, sabemos muito pouco sobre essa região.
Como a arte nos molda
Desde criança, estive imerso em ambientes artísticos. Meu pai, um escultor de profissão, fez com que minha infância fosse marcada por um universo que englobava as mais diversas formas de arte. Perdi a conta de quantas exposições frequentei, acompanhando os encontros com seus amigos. Eu, com apenas 10 anos, só pensava nos quitutes do buffet, alheio ao fato de que aquelas obras, que eu não compreendia, valiam mais do que meu astigmatismo podia perceber entre tantos zeros.
Não faltaram passeios em que meus pais me levavam a orquestras, festas literárias, festivais de cinema e eventos semelhantes. Foi só na vida adulta que percebi o impacto profundo que essa exposição constante teve sobre mim, moldando quem sou hoje — meu gosto musical, meu apreço pelas artes e tudo o que me foi apresentado. Mas então, Cainã, você se tornou um artista? Ah, como eu gostaria. No fundo dos meus desejos não realizados, duas paixões me escaparam: nunca aprendi a tocar um instrumento e tampouco a desenhar. Contudo, se há algo que meus pais me ensinaram, é a grandiosidade e a importância da arte em nossas vidas.
E hoje, caro leitor, não quero falar de mais nada senão de Rafael Arrigoni...
🎨 O artista
O sangue italiano pulsa nas veias da pessoa quem dá vida e cor às capas dos programas do Viajante sem Pauta. Há rumores de que sua família ainda mantém vivo o dialeto das antigas províncias da Itália. Se você caro leitor, vier a conhecer Guto, não se surpreenda se entre suas narrativas fantasiosas, ele comente quão incrível é o filme “poderoso chefão”, até porque dirá que seu bisavô talvez fosse um deles.
Guto não gesticula como se espera de quem herda os traços da Itália, ou se segue os protocolos de comer macarronada com um garfo. Tão pouco importa. O que se comprovou ao longo dos anos é que, entre as características de um legítimo italiano, está sua paixão inabalável pelo time Palmeiras. Seus trejeitos ranzinzas, quem sabe, sejam reflexo da escolha agridoce de torcer por um time que já causou mais do que o suficiente para uma vida de altos e baixos – a eterna busca utópica por um Mundial.
De uma forma descontraída e provocativa, hoje dedico minhas rasuras ao grande artista Rafael Arrigoni, com quem venho me relacionando desde julho de 2020, quando a primeira arte do programa foi ao ar com seus traços inconfundíveis. Dizem que o talento fala mais alto, mas, nesse caso, a arte grita. Seja com uma paleta de cores ousada ou com linhas que surpreendem, Arrigoni sempre encontrou uma maneira de traduzir o espírito do programa em imagens. Seus traços tornaram-se parte da identidade visual do projeto, e com um estilo que é, sem dúvida, só dele.
Não lembro exatamente como cheguei ao seu perfil, mas sei que estava em terras africanas quando vi suas artes no Instagram. A partir dali, fiquei impressionado. Além de toda sua capacidade criativa e artística, Guto não apenas desenhava, mas registrava suas aventuras ao lado da esposa, Marina. O que me chamou a atenção foi o estilo de arte em que ele fundia desenhos com suas próprias fotos. Essa combinação entre imagem e ilustração traz algo único, e torna a forma de registrar a viagem algo majestoso.
Hoje, Guto e Marina formam uma família. Voltando ao ponto inicial do texto, onde destaquei como o contato e o estímulo à arte, em todas as suas formas, moldam nossa capacidade criativa e abstrata ao longo do tempo, Guto traz essas vivências para suas criações. Ele narra suas aventuras de forma envolvente, como quando atravessou o rio Mekong, no Laos, e uma serpente cruzou seu caminho, ou na China, durante o Ano Novo Chinês, quando presenciou o despertar de um dragão nas montanhas, celebrando o início de um novo ciclo. São essas experiências que, mais do que tudo, alimentam a imaginação por trás de sua arte.
Quando você conhecer o pequeno Augusto e ficar intrigado com suas histórias dignas de uma imaginação fértil, não se surpreenda. Ele vai te contar que foi aprendiz do Mestre Splinter e companheiro das tartarugas ninja, ao lado de Donatello. Que monstros surgiam em seu quintal e que ele até desafiou o Peppa Pig de um universo paralelo. E, claro, ele não deixará essas aventuras sem provas — ele vai te mostrar suas "evidências"
Hoje, esta newsletter é dedicada a este grande artista: Guto. Meu mais sincero obrigado por dar vida e identidade ao Viajante Sem Pauta. Você tornou possível que o programa tivesse não apenas uma cara, mas uma alma. Sou imensamente grato por toda sua dedicação e talento!
Encerramento
E lembrando de convida-lo afazer parte da comunidade do podcast! Basta assinar aqui! Abaixo cito quais as recompensas de fazer parte.
Por agora encerro a news, deixarei para uma próxima os bastidores e os próximos passos do podcast. De ante mão, aviso que logo entraremos de férias e voltaremos em Março. Mais detalhes na próxima news! Um beijo a todos!
Que linda essa homenagem ao grande Guto! Sem dúvida ele representa muito do Viajante Sem Pauta 💛 E nuuuuu, seria especial demais ter fotos da infância com ilustrações do meu pai!